Construção histórica no balneário do baixo sul baiano é alvo de revitalização |
Com abertura programada para março de 2017, o núcleo inicial do Museu de Território do Forte de Morro de São Paulo, município de Cairu (a 239 km de Salvador), chega com a missão de valorizar a história de ocupação do lugar, um dos principais destinos turísticos da Bahia.
Peças como canhões e balas, dentre outros achados arqueológicos, fazem parte do material que ficará exposto para os visitantes.
“Um museu vai incrementar ainda mais Morro de São Paulo [na ilha de Tinharé], que é um lugar encantador, pelas belas praias, e que tem um charme especial pelas edificações da fortaleza”, afirmou a professora universitária Delmaria Nunes, que frequenta o local há mais de 20 anos.
O projeto tem à frente uma equipe multidisciplinar do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), reforçada por um grupo de consultoria museológica do Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Baixo Sul da Bahia (Ides).
O Ides é responsável pela gestão dos R$ 9,2 milhões que estão sendo utilizados na restauração do forte.
Para o diretor do Ipac, João Carlos de Oliveira, o apoio da prefeitura de Cairu, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e do Ides foram fundamentais, “por se tratarem de braços que ajudam na cooperação técnica”.
Ele enfatizou que com o arranjo foi possível avançar com o projeto.
Obra
A obra, de acordo com a diretora do Ides, Liliana Leite, nasceu por meio de um anseio da população. “A implantação do projeto museológico ajudou a trilhar o caminho, a construção da cidadania e a identificação com o patrimônio, pois age na transformação da sociedade”, disse ela, ressaltando que o museu de território atua também nas cidades vizinhas ao balneário, expandindo o alcance até o Recôncavo.
Ao ressaltar a relevância do forte na atração dos turistas para a ilha, a secretária de governo de Cairu, Ariana Coutinho, enfatizou que as escolas do município vão trabalhar com o Ipac com a meta de conscientizar os moradores sobre a importância do patrimônio. O forte é da União, cedido ao Estado, sob responsabilidade da Secretaria de Turismo (Setur).
“Esta fortaleza faz parte da cultura local e queremos que nossa cidade seja aproveitada também pela comunidade, que não seja uma obra só para os turistas”, disse a secretária, acrescentando que, além da restauração física da muralha e outros componentes, a educação patrimonial é fundamental para despertar a sensação de pertencimento e identificação dos moradores com o conjunto arquitetônico.
Representante da Associação de Artesãos e Artistas Moradores de Morro de São Paulo (Amospe), Josemeire de Souza afirmou que os associados estão acompanhando os trabalhos de restauração e esperam que a consolidação de um local fixo as vendas seja um fator positivo.
“Era um sonho de todos termos um espaço nosso para realizar as vendas. Portanto, para nós é um grande progresso, pois o turista poderá interagir além do comprar. A interação dele conosco é uma sensação ímpar”, disse a artesã, ressaltando que a Amospe foi criada em 1997, conta com 68 artesãos e tem 166 sócios.