A corrida armamentícia contra os drones é alimentada pela lentidão de governos na regulamentação destes veículos aéreos. |
Dezenas de empresas iniciantes estão desenvolvendo técnicas, que vão desde uso de aves de rapina a disparos de gás por meio de bazucas, para tirar do ar drones que estejam transportando drogas e bombas ou que estejam espionando linhas inimigas ou incomodando áreas públicas.
A corrida armamentícia contra os drones é alimentada pela lentidão de governos na regulamentação destes veículos aéreos.
Na Austrália, por exemplo, diferentes agências regulam drones e tecnologias de combate a eles. “Há questões sobre privacidade ao se pilotar uma aeronave remotamente, mas o papel da Autoridade de Segurança na Aviação Civil (Casa, na sigla em inglês) está restrita à segurança. A privacidade não é nossa atribuição”, disse a agência à Reuters.
“Há um pouco do fator medo nesta questão”, disse Kyle Landry, analista da Lux Research. “O alto volume de drones e regulamentações que não conseguem acompanhar o ritmo criam necessidade de uma tecnologia contra drones”, afirmou.
O mercado de drones de consumo deve representar US$ 5 bilhões até 2021, segundo a empresa de pesquisa Tractica.
Um drone nos Estados Unidos custa, em média, mais de US$ 500 e tem uma série de recursos desde câmeras de alta definição e posicionamento por satélite.
Autoridades australianas relaxaram a regulamentação sobre drones em setembro, permitindo que qualquer um opere equipamentos que pesem até 2 quilos sem treinamento, seguro, registro ou certificação.
Pelo mundo, milhões de consumidores estão operando drones sofisticados, incluindo traficantes de drogas, quadrilhas de criminosos e insurgentes.
Drones estão sendo usados para transportar celulares, drogas e armas para prisões, o que já chegou a criar rebelião em um caso. Um diretor de prisão dos Estados Unidos converteu uma prateleira em um display de drones confiscados pelos guardas.
Grupos armados no Iraque, Ucrânia, Síria e Turquia estão cada vez mais usando drones de varejo de consumo para reconhecimento ou como dispositivos para transporte de bombas, afirma Nic Jenzen-Jones, diretor de Serviços de Pesquisa de Armamentos, uma consultoria sobre armas.
Em outubro, um drone equipado com uma bomba e lançado por militantes do Estado Islâmico matou dois combatentes Peshmerga curdos e feriu dois soldados franceses perto de Mosul.
COMBATE
A polícia nacional da Holanda recentemente adquiriu várias aves de rapina de uma empresa iniciante chamada Guard From Above para derrubar drones indesejados do céu, afirmou o presidente-executivo da companhia, Sjoerd Hoogendoorn.
Outras táticas incluem ataques por drones maiores ou mesmo por armas que disparam uma rede e um paraquedas por meio de gás comprimido.
A alemã DeDrone optou por uma técnica menos intrusiva ao usar uma combinação de sensores – câmera, acústica, detectores de sinal WiFi e scanners de radiofrequência – para monitorar drones em áreas específicas.
Outras empresas, entretanto, estão se concentrando em invadir protocolos de transmissão de dados via rádio usados para controlar a direção de drones para assumir o comando deles e impedir a transmissão de vídeo.
Engenheiros da TeleRadio, de Cingapura, estão usando radiofrequência no dispositivo SkyDroner para acompanhar e controlar drones.
Enquanto isso, a DroneVision, de Taiwan, usa uma arma antidrone, que se parece com um rifle com dois canos grandes ligado a uma mochila, que bloqueia os sinais de GPS dos drones e a transmissão de vídeo, forçando as máquinas a voltarem para o ponto de partida.
Os clientes, afirmam as empresas de combate a drones, incluem desde agências de inteligência a redes de hoteis. A DroneVision, por exemplo, afirma que ajudou a polícia local a derrubar 40 drones que voavam ao redor do Taipei 101, um dos mais altos edifícios do mundo e um ímã para usuários de drones, em um único dia.
No Oriente Médio, hoteis de luxo estão conversando com pelo menos duas empresas sobre bloqueio de drones que tentam obter imagens de celebridades nas piscinas ou na privacidade de seus quartos.