Um jovem de 23 anos, suspeito de espalhar fotos da ex-namorada nua pelo WhatsApp, foi morto pelo pai dela por revide, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, na noite de quinta-feira (5).
As imagens, conhecidas popularmente na internet como “nudes”, foram parar no WhatsApp como forma de vingança, já que a estudante de 18 anos se recusava a reatar o relacionamento com o parente. “Há quatro meses eles terminaram porque a menina viu que o namoro não tinha futuro. Ela queria progredir na vida, trabalhar e estudar, mas o Johnatan não acompanhava. Desde o fim do namoro ele não dava sossego para a garota”, contou a tia do ex-casal, a vendedora Valdete Cortez de Oliveira, de 59 anos.
Na noite dessa quinta, ao descobrir pela própria filha que as imagens circulavam no aplicativo, o suspeito, de 52 anos, foi à casa da vítima, localizada na rua Rio Negro, no bairro Riacho das Pedras, para tirar satisfações. Ele gritou para que a irmã abrisse o portão, mas, com medo, Valdete se recusou. No entanto, o jovem resolveu encarar o tio e foi ver o que ele queria.
“Percebi que meu irmão tinha bebido e pedi que o Johnatan não fosse lá, mas ele não me ouviu. Só escutei o ‘Zé’ perguntando: ‘vai continuar infernizando a vida da minha filha?’. Não sei o que o meu sobrinho respondeu, mas, logo depois, o crime aconteceu”, disse a mulher.
A vítima foi atingida com uma facada na clavícula, chegou a correr para dentro do imóvel, mas morreu no quintal da residência. O suspeito fugiu com a ajuda de um amigo e não foi mais visto.
Conforme a tia, desde que os primos se separaram, os problemas na família começaram. Nas festas de fim de ano, José não compareceu no lote das irmãs para evitar o encontro com o sobrinho. Ainda segundo ela, o jovem, que trabalhava como separador em uma loja de móveis, sempre foi tranquilo, mas começou a ter um comportamento estranho depois que foi largado pela namorada. “A gente sempre falava: ‘Johnatan, pelo amor de Deus para de procurar (a ex) para não acontecer uma tragédia nessa família’, mas ele ignorou todos os conselhos”, lamentou.
Divulgar ou compartilhar fotos íntimas sem o consentimento de quem aparece nas imagens é crime de difamação, com pena que varia de três meses a um ano de prisão. As vítimas devem procurar uma delegacia imediatamente.
“A pessoa que for exposta deve tirar prints das publicações. Nas divulgações em sites e redes sociais é possível denunciar as páginas o conteúdo ser retirado do ar”, alertou a delegada responsável pela Delegacia Especializada de Investigações de Crimes Cibernéticos, Renata Fagundes.