Pandemia favorece avanço de cartéis de drogas no sudeste da Ásia

Transações ilícitas alcançam US$ 60 bilhões todos os anos e negócio prospera mesmo com fronteiras fechadas


A imagem mostra a preparação de ópio por cartéis de drogas do sudeste asiático, são mãos sujas aquecendo uma pequena porção de um grude enrolado em um palito de bamboo em uma vela acesa de forma precária
Preparação de ópio na cidade de Phongsaly, Laos.





    Ao contrário do comércio legal, as fronteiras fechadas no sudeste da Ásia não impediram o avanço dos cartéis de drogas, aponta a emissora de rádio norte-americana NPR.


    O negócio, estimado em US$ 60 bilhões anuais, prospera mesmo após uma série de apreensões desde o início do ano. Na última apreensão, em setembro, a polícia de Mianmar confiscou cinco toneladas de metanfetamina.


    O estado de Shan, em Mianmar, é conhecido por seu histórico em produção de drogas ilícitas. Na fronteira com a China, o local é estratégico para quem busca comprar e vender insumos para a produção de sintéticos.


    Mesmo durante a pandemia, a logística dos traficantes chama a atenção. Os cartéis adaptaram rotas através do norte da Tailândia a do país vizinho, Laos – território que desperta interesse cada vez maior dos traficantes.


    O país de partido único está endividado e imerso em denúncias de corrupção. Agora, a ONU (Organização das Nações Unidas) busca identificar se o Laos está se tornando um “narco-Estado”.

“O país mostra todos os sinais de que está caindo nesta armadilha”
, disse o chefe do UNODP (Escritório das Nações Unidas para Crimes e Drogas, em inglês), Jeremy Douglas.


    Hoje a produção de drogas do sudeste asiático se concentra em metanfetamina e fentanil. Até os anos 1970, no entanto, os cartéis asiáticos produziam e exportavam heroína.


    As drogas derivam do ópio, principal substância ilícita produzida na Ásia, conforme relatório do UNODP. “Os níveis de produção estão mais altos que nunca”, observou Douglas.




@ 07/11/2020 | FONTE |


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