Cada vez mais presentes no dia a dia do brasileiros, os smartphones são apontados como o item tecnológico mais influente em 2017. De acordo com pesquisa realizada pelo Datafolha a pedido do IEEE (Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos, na sigla em inglês), 35% destaca esse tipo de aparelho —no ano passado, essa porcentagem era de 25%.
E um desejo do público de não precisar, por exemplo, carregar seus celulares de hora em hora na tomada se reflete em outra tendência apontada: as baterias inteligentes, com mais autonomia, aparecem na sequência entre os destaques para o próximo ano —33% dos entrevistados aposta na influência desta tecnologia na vida das pessoas. Além de influente, 25% do público indica o grande desejo no item e espera vê-lo disponível em breve.
“Com a rede 4G, dependendo do seu uso e do seu smartphone, você não termina o dia sem carregar [seu dispositivo]. O público percebe uma limitação na bateria com o uso intensivo”, ressalta Raul Colcher, membro sênior do IEEE.
Segundo o IBGE, smartphones se consolidaram em 2015 como principal ferramenta de acesso à internet no Brasil. Dados do Suplemento de Tecnologias de Informação e Comunicação da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) indicam que 92,1% dos domicílios do país acessaram a rede por meio de telefone celular, enquanto 70,1% dos lares realizaram a ação em microcomputadores.
Colcher afirma que alternativas para carregamento de baterias mais independentes, sem depender de energia elétrica necessariamente, já estão nos planos de grandes marcas, como a Apple.
Ainda na lista dos mais influentes, os entrevistados citam tecnologias para segurança doméstica (30%), carros mais inteligentes —com wi-fi e GPS, por exemplo— (29%) e veículos elétricos (23%).
“As coisas que mais tocam no dia a dia das pessoas no curto prazo apareceram mais fortemente na pesquisa”, Colcher.
A pesquisa foi realizada entre 24 e 28 de novembro e ouviu 2.068 pessoas com mais de 16 anos de todas as regiões do país e classes sociais.
SUPÉRFLUOS
No sentido oposto ao dos smartphones, o telefone fixo é visto como o item mais supérfluo por 36% dos entrevistados, seguido pelos computadores de mesa (29%) e pelas câmeras digitais (24%). Os dois primeiros itens são citados de forma ainda mais significativa entre os mais escolarizados e os integrantes de classes mais altas.
Para o IEEE, essas menções estão diretamente associadas ao uso de smartphones que, de certa forma, conseguem suprir funções desses dispositivos.
“Sem dúvida muitos dispositivos estão se tornando obsoletos. Mas eu não acredito, por exemplo, que o computador de mesa convencional para uso profissional vai ser eliminado no curto prazo. Há casos em que é preciso uma plataforma mais robusta. Eles devem se tornar mais poderosos por um preço acessível”, indica Colcher.