Brasil bate recorde com doze milhões de pessoas sem empregos

O desemprego atingiu 11,9% no trimestre encerrado em novembro, de acordo com a Pnad Contínua



   O desemprego no Brasil atingiu 11,9% no trimestre encerrado em novembro, o equivalente a 12,1 milhões de pessoas desocupadas. A taxa de desocupação e o contingente de pessoas são os mais altos da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012.







Os dados foram divulgados, ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Pnad Contínua analisa informações de todos os trabalhadores do país, com ou sem carteira assinada. Segundo a pesquisa, houve aumento na fila de emprego, redução de vagas, aumento da informalidade e também do desalento, que é quando a pessoa desiste de procurar emprego por falta de oportunidade.


Os dados de novembro são semelhantes aos do período imediatamente anterior (junho a agosto), quando a taxa de desocupação fechou em 11,8%. Ainda assim, houve o incremento de 109 mil pessoas em busca de emprego no período. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, foi registrada uma alta de 2,9 pontos percentuais.


O número de desempregados teve um crescimento de 33,1% em relação ao mesmo trimestre do ano passado – o equivalente a 3 milhões de pessoas a mais em busca de trabalho. O contingente atual de pessoas ocupadas, que são as que de fato estão trabalhando, é de 90,2 milhões.





A população desocupada é formada por desempregados que estão em busca de oportunidade. O crescimento dos desocupados significa que pessoas que não trabalhavam nem procuravam emprego passaram a buscar uma vaga no mercado de trabalho.


Tiveram retração no trimestre os setores de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e agricultura (-3,9%) e de construção (-2,2%). O crescimento aconteceu nas áreas de alojamento e alimentação (4,6%) e de outros serviços (alta de 5,7%).




Volta por cima 


Ficar culpando a crise e a consequente redução de vagas de trabalho não ajuda a conseguir uma nova forma de sustento, garante o especialista em carreiras Alberto Parada. Para ele, dar um novo rumo à vida profissional em 2017 depende de atitudes concretas.







“A qualificação é uma delas. As pessoas têm que olhar para o mercado de trabalho antes de escolher um curso e identificar o que o mercado está procurando”, diz Parada, que é idealizador do portal Descomplicando Carreiras.


Outro caminho é o empreendedorismo. “Quem está sem emprego precisa se qualificar, mas enquanto faz isso não pode morrer de fome. Então, a saída é empreender, não com a ideia de ficar milionário, mas de se manter”, diz.


Foi o caminho buscado pelas irmãs Francielle e Vanessa Rodrigues, que garantem o sustento no fogão, fazendo patinho moído, filé de frango e purê de mandioquinha. O fazem não por talento na cozinha, mas por uma infeliz coincidência: as duas perderam o emprego no início do ano. 


Depois de mandarem dezenas de currículos sem retorno, as duas decidiram lançar os kits saudáveis. O lucro ainda é pequeno, cerca de R$ 3 mil, repartidos em três: dois terços para elas e um para manter a empresa.


A venda de marmitas passa longe do que Francielle imaginou estar fazendo aos 31 anos. Formada em Arquitetura e desempregada desde 2014, ela se viu obrigada a aceitar um emprego que pagava R$ 1,5 mil (R$ 300 a menos do que recebia como estagiária). Depois de um semestre de promessas de contratações não cumpridas, acabou sendo demitida.


Vanessa mora e divide as contas com os pais. A dinâmica da casa começou a mudar quando a empresa de seu irmão, que tinha 38 funcionários e lucro mensal de R$ 30 mil, faliu. Ele se mudou para a casa dos pais com a filha.


Pouco depois, Vanessa perdeu o emprego de assistente em um escritório de arquitetura, onde trabalhou por 10 anos. Os cortes foram desde restaurantes no fim de semana até a escola da sobrinha, que mudou para a rede pública.


Aos 54 anos, Catia Fernandes acredita que a idade seja uma grande barreira para encontrar um novo emprego. Ela faz parte do grupo etário de 40 a 59 anos, cuja desocupação passou de 3,4% para 6,7% nos últimos 12 meses, segundo o IBGE. “Só em um site, mandei mais de mil currículos sem ter resposta. Eles acham que a pessoa acima dos 50 anos não funciona mais”, lamenta.














@ 31/12/2016 | FONTE |

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