Na véspera, moeda fechou em alta de 4,73%, a R$ 3,3614. Foi o maior patamar de fechamento desde julho.
O dólar opera em alta nesta sexta-feira (11), com os investidores ainda se ajustando à vitória de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos e com as vendas generalizadas no exterior afetando os mercados acionário e de câmbio de emergentes. O movimento desta sexta segue o da véspera, quando a moeda fechou na maior alta diária em 8 anos.
Às 9h59, a moeda norte-americana subia 2,58%, vendida a R$ 3,4484.
Acompanhe a cotação do longo do dia:
Às 9h09, alta de 2,56%, a R$ 3,4476
Às 9h19, alta de 3,38%, a R$ 3,475
Às 9h29, alta de 3,6%, a R$ 3,4826
Às 9h39, alta de 3,37%, a R$ 3,4747
Com a disparada da moeda na quinta, o Banco Central anunciou que decidiu iniciar nesta sexta-feira a rolagem dos contratos de swap cambial tradicional que vencem no próximo dia 1º de dezembro (montante equivalente a US$ 6,490 bilhões). "Caso a rolagem seja integral, o estoque de swaps cambiais será mantido em um valor equivalente a US$ 24,106 bilhões", informou o BC.
O mercado, assim, ignorou na abertura do pregão desta sexta o anúncio do Banco Central de que vai fazer leilão de swap cambial tradicional, equivalente à venda de moeda. O BC ofertará hoje até 15 mil contratos com vencimento em 1º de fevereiro de 2017 e 1º de março de 2018, segundo a Reuters.
Na véspera, a moeda norte-americana avançou 4,73%, vendida a R$ 3,3614. Segundo a Reuters, foi a maior alta diária de fechamento desde 22 de outubro de 2008, quando subiu quase 6%. Tratou-se também do maior patamar de fechamento desde 7 de julho, quando o dólar encerrou a sessão vendido a R$ 3,3659.
Cenário político local
Segundo a Reuters, pesaram na véspera ainda durante a sessão fluxos de saída de dólares e preocupações sobre o futuro político do presidente Michel Temer, após a defesa da ex-presidente Dilma Rousseff ter entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) documentos que apontam que uma doação de R$ 1 milhão feita à campanha eleitoral de 2014 pela empreiteira Andrade Gutierrez foi direcionada à campanha do então vice-presidente Michel Temer, companheiro de chapa da petista na eleição daquele ano.
"O externo predomina, mas aparecem notícias negativas e o investidor prefere desmontar sua posição e ver como vai ficar", resumiu à agência Reuters um profissional da mesa de câmbio de um banco nacional.
Discurso de Trump
Trump fez um discurso na quarta-feira considerado conciliador após sua vitória, diferentemente do estilo agressivo adotado em toda a sua campanha, o que reduziu um pouco o temor nos mercados financeiros.
Apesar disso, os investidores devem permanecer estressados até ter conhecimento do que de fato o presidente eleito vai conseguir colocar em prática das propostas radicais que anunciou em sua campanha, destaca a Reuters.
Juros nos EUA
A vitória de Trump joga dúvidas sobre a percepção dos mercados financeiros globais de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, vai elevar a taxa de juros em breve e seguir com mais altas graduais ao longo dos próximos anos. "Aumentam as chances de que o Fed não aja em dezembro", disse à Reuters o economista-chefe da Moody's Analytics, Marz Zandi, sobre a vitória de Trump.
Especialistas ouvidos pelo G1apontam que o aumento da percepção de risco após a vitória de Trump pode afetar a decisão do Fed. “O Fed emite sinais crescentes de que deve fazer o aumento da taxa de juros. Mas, eventualmente, com essa turbulência, pode ser mais conservador ”, diz Rafael Cortez, cientista político da Tendências Consultoria.
O mercado monitora pistas sobre a decisão do Federal Reserve (Fed) sobre o rumo dos juros nos Estados Unidos porque taxas mais altas poderiam atrair para o país recursos aplicados atualmente em outros mercados, motivando assim uma tendência de alta do dólar em relação a moedas como o real.