Nova rebelião em cadeia do AM mata ao menos quatro presos, diz secretário

Familiar de presos na porta do presídio em manaus
Familiares dos presos fazem vigília em frente à cadeia em busca de informação.


   Uma nova rebelião no sistema penitenciário do Amazonas deixou, ao menos, quatro presos mortos na madrugada deste domingo (8). Três deles foram decapitados.

A informação foi confirmada à reportagem da Folha pelo secretário de Segurança Pública, Sergio Fontes. O motim ocorreu na Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, localizada no centro de Manaus.






Fontes disse ainda que estão sendo feitas buscas no local. A rebelião começou por volta da 1h (3h, pelo horário de Brasília). Ainda não se sabe se uma briga entre facções teria motivado a chacina.

Familiares dos presos fazem vigília em frente à cadeia em busca de informação. Mulheres dos detentos ouvidas pela reportagem disseram que seus maridos presos na unidade chegaram a mandar mensagens pelo celular informando que o local passava por uma rebelião nesta madrugada.

Por volta das 6h, o motim já estava “totalmente sob controle”, informou Pedro Florêncio, secretário de Administração Penitenciária, do Amazonas.

Homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar, acompanhados de cães farejadores, entraram na unidade para fazer a contagem de presos e normalizar o funcionamento da cadeia. Os corpos das vítimas foram encaminhados para o IML (Instituto Médico Legal). Ainda não há a identificação dos mortos.

Para Florêncio, a rebelião não foi motivada por briga entre facções. “Todos [presos] eram ameaçados e não tinham convivência em outros presídios.” Os detentos levados emergencialmente para a Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa são do PCC (Primeiro Comando da Capital) e foram misturados com condenados sem facção.

Após a chegada dos presos, a unidade chegou a registrar um princípio de tumulto nesta última quinta-feira (5).









PÉSSIMAS CONDIÇÕES


A cadeia, que estava desativada, foi reaberta às pressas nesta semana pelo governo do Amazonas em péssimas condições. Ela passou a abrigar 283 detentos após a matança em dois presídios de Manaus que terminaram com 60 mortes.

Os presos, muitos dos quais ligados à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), foram retirados pelo governo de três unidades da capital amazonense, a fim de evitar mais mortes. Eles são ameaçados por integrantes da facção FDN (Família do Norte), que liderou a matança de domingo (1°) e segunda (2).

Utilizada pelo governo por mais de cem anos, a cadeia Desembargador Raimundo Vidal Pessoa foi desativada em outubro passado após pressões do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).














@ 08/01/2017 | FONTE |

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