A sede da Polícia Federal em Curitiba fechou as portas para atendimento nesta sexta (18) –mesmo dia em que foram iniciadas as gravações de um filme sobre a Lava Jato.
Desde as seis horas da manhã, cerca de 250 pessoas, entre produtores e figurantes, estão no prédio, gravando cenas do filme “Polícia Federal: a Lei é para Todos”, inspirado na Operação Lava Jato.
O filme é dirigido por Marcelo Antunez e produzido por Tomislav Blazic, com lançamento previsto para maio de 2017.
No elenco, entre outros atores, estão Flávia Alessandra, Antonio Calloni e Bruce Gomlevsky, que interpretam os delegados Érika Marena, Igor de Paula e Marcio Anselmo, respectivamente. A equipe fechou um acordo de cooperação com a Polícia Federal e recebeu informações, em conversas com delegados, investigadores e procuradores, sobre os bastidores da operação.
A PF informou que o expediente foi cancelado para “serviços de manutenção predial e no-break”, agendados desde o início da semana.
As gravações iriam ocorrer inicialmente durante um fim de semana, mas, por causa da manutenção, foi sugerido que as equipes viessem nesta sexta e aproveitassem para rodar o filme.
“Com todas essas câmeras, quem vai acreditar que é manutenção? Só se for manutenção de câmera”, disse uma vendedora ambulante que trabalha na região, que preferiu não se identificar.
Blazic afirma que foi feito um esforço para coincidir os calendários, dentro do acordo de cooperação. As filmagens na PF vão ser feitas até segunda (21), mas as equipes estarão em Curitiba até o dia 24.
Pela manhã, algumas pessoas que foram à PF para serviços não agendados, como retirada de passaporte e atendimento a estrangeiros, deram com a cara na porta.
“Não faz sentido isso”, disse o venezuelano Elvis Rodriguez Torrealba, 30, que queria renovar o visto no país. “Tentei falar a semana inteira e não me informaram sobre esse fechamento.”
A PF afirmou que remarcou a confecção de passaportes e avisou por telefone quem tinha serviços agendados.
Oficiais de plantão continuam cumprindo expediente no local, além de policiais que trabalham em investigações em andamento –inclusive na Lava Jato.
O filme, que foi financiado pela iniciativa privada, custará R$ 13,5 milhões. Todos os investidores tiveram que assinar um termo de compliance, se comprometendo a combater práticas de corrupção.